NOSSA SITUAÇÃO ATUAL E CARÊNCIAS

Em recente reunião com a Prefeitura Municipal de Campinas e sua Secretaria de Saúde, as quais há muito estão sendo solicitadas disto por ofícios enviados por nós, finalmente nos deixaram bem claro que não têm interesse em promover um Hospital de Câncer em Campinas, não sendo esta a preocupação e prioridade dessa gestão política municipal, assim como também aconteceu em Jaguariúna e Indaiatuba. Ao contrário disso e felizmente, o município de Atibaia da nossa grande Regional está sensibilizado e a favor da realização desse Projeto, mas ainda aguardando conosco a tão demorada resposta da Prefeitura de Paulínia e de Americana, as quais têm as maiores condições físicas e funcionais para abrigar esse grande Projeto regional.

Campinas e região não possuem um centro multidisciplinar e totalmente especializado, completo, EXCLUSIVO em Oncologia, exceto o Hospital Boldrini que assiste com esmero os seus pacientes oncológicos infantis.

Apesar do Ambulatório SUS em Cirurgia Oncológica da Mulher na Maternidade de Campinas não ser referência aberta e cadastrada na “Rede” por desinteresse político municipal, tem atendido grande número de casos encaminhados por Centros de Saúde, ambulatórios e pronto-atendimentos da Rede, outros hospitais e da própria Maternidade; muitos oriundos da grande fila oncológica do Hospital Municipal Dr Mário Gatti de Campinas (HMMG - UNACON), no qual existe aproximadamente três meses de inaceitável espera para realizar uma cirurgia oncológica pela equipe especializada em Cirurgia Oncológica, e ainda maior para a realização de quimioterapia e/ou radioterapia! Não é novidade para ninguém, que as filas de câncer e de outras patologias gerais da UNICAMP e PUCCAMP estão absurdamente enormes também, gerando pacientes para hospitais não credenciados (não UNACON) e Hospitais de Câncer distantes. Perdemos pacientes na fila !!!

Precisamos, urgentemente, de um centro oncológico completo, integrado, exclusivo, muldisciplinar e credenciado para o profícuo atendimento complexo desses nossos pacientes (nosso tão almejado Hospital de Câncer Regional da DRS VII ampliada).

Junto à busca desse credenciamento especial do SUS, também estamos adquirindo parceiros com o patrocínio filantrópico das empresas privadas e demais seguimentos comerciais ou físicos da sociedade na construção desse novo Hospital de Câncer Regional da DRS VII em parceria técnico-científica com o Hospital de Câncer de Barretos.

Ressaltamos que os atendimentos SUS oncológicos nesse Hospital deverão ser como no Hospital de Câncer de Barretos, onde são comparáveis aos de convênios (humanização, quartos, hotelaria, conforto, organização, disciplina, transparência, produtivo, com real privacidade, atenção médica geral, residências médicas e de enfermagem pelo MEC, enfermagem e equipe multidisciplinar especializadas completas e exclusivas, UTI padrão, equipamentos completos, modernos e bem acessíveis, protocolos oncológicos já prontos, consultórios completos, acreditação pelo “ONA”, laboratório bioquímico e anátomo-patológico avançados e completos, incluindo imunohistoquímica e o pronto exame de “congelação” in loco), equipe completa de cirurgia oncológica especializada, radio e quimioterapia integrados, rápidos, desenvolvidos e efetivos; sempre preparados para o atendimento integral oncológico em diversas especialidades e em alta complexidade hoje e agora!

A nossa macro-região (DRS VII ampliada) é gigante, abrangendo mais de 4 milhões de habitantes (Tabela 3), tendo certamente casos de sobra em oncologia para esse novo Hospital de Câncer e demais Serviços de Saúde Terciários de Campinas e região. Somos convictos que, assim como as demais grandes regionais brasileiras, a DRS VII merece e deverá ter um Hospital de Câncer totalmente especializado e exclusivo em um futuro próximo por grande necessidade, de preferência nos moldes e orientação do Hospital de Câncer de Barretos – Fundação PIO XII – Entidade Filantrópica e Não Governamental - Sem Fins Lucrativos. No entanto, necessitamos do reconhecimento digno do SUS, do município a adotá-lo, do Estado, da União e da Regional para nosso desenvolvimento e sobrevivência assistencialista padrão.

Tabela 3. Nossa Regional de Saúde - DRS VII.

VII-CAMPINAS BRAGANÇA 3504107 Atibaia 132.537

3507100 Bom Jesus dos Perdões 16.254

3507605 Bragança Paulista 146.430

3525508 Joanópolis 12.299

3532405 Nazaré Paulista 16.742

3536802 Pedra Bela 6.006

3538204 Pinhalzinho 13.160

3538600 Piracaia 27.047

3552106 Socorro 34.357

3554953 Tuiuti 5.691

3556354 Vargem 8.654

TOTAL REGIÃO BRAGANÇA 419.177

CAMPINAS 3500501 Águas de Lindóia 19.714

3501905 Amparo 68.578

3509502 Campinas 1.073.020

3520509 Indaiatuba 186.269

3527009 Lindóia 6.435

3531209 Monte Alegre do Sul 7.074

3531803 Monte Mor 47.362

3537107 Pedreira 41.383

3551603 Serra Negra 25.676

3556206 Valinhos 95.813

3556701 Vinhedo 58.787

TOTAL REGIÃO DE CAMPINAS 1.630.111

JUNDIAÍ 3508405 Cabreúva 45.256

3509601 Campo Limpo Paulista 79.328

3523404 Itatiba 97.830

3524006 Itupeva 32.993

3525201 Jarinu 22.284

3525904 Jundiaí 352.432

3527306 Louveira 30.406

3532009 Morungaba 11.360

3556503 Várzea Paulista 113.116

TOTAL REGIÃO DE JUNDIAÍ 785.005

OESTE VII 3501608 Americana 207.058

3503802 Artur Nogueira 44.890

3512803 Cosmópolis 51.456

3519055 Holambra 8.730

3519071 Hortolândia 209.237

3524709 Jaguariúna 35.561

3533403 Nova Odessa 48.883

3536505 Paulínia 63.762

3545803 Santa Bárbara d'Oeste 191.188

3548005 Santo Antônio de Posse 21.423

3552403 Sumaré 244.121

TOTAL REGIÃO OESTE 1.126.309

TOTAL DRS CAMPINAS 3.960.602



• OBS: A Regional de Saúde de São João da Boa Vista está inserida na Oncologia da nossa DRS VII (macro-região de Campinas) também, mas não se apresenta nessa tabela em epígrafe.



SITUAÇÃO GERAL ATUAL



De uma maneira geral, o paciente com suspeita de câncer procura o posto de saúde, o PSF ou o pronto-socorro, onde é atendido por um médico generalista. Uma vez aventada a suspeita, o mesmo é encaminhado a um centro de especialidades não exclusivamente oncológico, no qual é atendido por um segundo médico. Este, por sua vez, inicia a propedêutica confirmando o caso com biópsia. Encaminha, então, para um agendamento com a especialidade oncológica. O oncologista, em um hospital geral e sem boas condições de atendimento especial ao paciente com câncer principalmente, solicita exames de estadiamento, os quais não conseguem ser totalmente realizados e nem, muito menos, em tempo hábil (tomografia ou ressonância nuclear magnética, cintilografia, raio-x, ultrassonografia, exames pré-operatórios, marcadores tumorais, avaliações clínicas, cardiológicas e anestésicas, dentre outros)!

Como não existe um atendimento preferencial sedimentado, considera-se este o principal foco de atraso diagnóstico. As filas de atendimento profissional e de exames para os pacientes com câncer se misturam lamentavelmente às filas dos pacientes com enfermidades benignas ou sem tanta urgência. Além disso, resultados de exames, mormente laboratoriais, se perdem pela “Rede” com muita frequência e o paciente retorna ao ambulatório especializado com seu estadiamento, análise geral e preparo inaceitavelmente incompletos. Neste processo, muitas vezes, em virtude da caquexia neoplásica ou complicações esperadas, o paciente adoece por causas secundárias requerendo internação hospitalar, onde alguns exames são repetidos desnecessariamente. Considerando-se a demanda reprimida nos ambulatórios que prestam atendimento especializado oncológico, o paciente tem dificuldade para marcar o retorno para apresentar os exames realizados.

Finalmente, o oncologista delineia a proposta terapêutica em consulta ambulatorial. A partir daí, em média meio ano depois, o paciente inicia o tratamento nas Unidades de Assistência Oncológica de Alta Complexidade junto aos hospitais terciários gerais de Campinas e região. Do início dos sintomas até o diagnóstico, o paciente passou por cerca de quatro a cinco médicos! O seu tratamento será efetuado por um outro profissional, quer seja num hospital geral simples, onde conhecerá seu cirurgião no ato operatório, quer seja no hospital geral – UNACON, em sua maioria incompleto, a fim de realizar radioterapia ou quimioterapia.

Findo o tratamento, muitas vezes incompleto, o paciente ficará sem referencial, uma vez que não é definido qual dos diversos médicos por quem passou será o responsável pelo seu acompanhamento. Em nenhum momento deste fluxograma o paciente é abordado por uma equipe multidisciplinar integrada, que poderia atuar através da intervenção preventiva para alterações nutricionais, psicológicas, fonaudiológicas e de enfermagem. Negligenciar a atuação desta equipe determina a piora clínica do paciente, a impossibilidade de suportar um tratamento mais radical e eficaz, além de considerável deterioração da qualidade de vida e da reabilitação.

2 comentários:

  1. Impressionante esses dados,e difícil a luta que o paciente(em momento tão delicado),tem que passar.
    Se puder ajudar de alguma forma,contem comigo!

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  2. Obrigado..., Dagui...!!!...
    Divulgue... e bóra pra luta persistente e diária por isso...!!!...
    Bjsss

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